[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*
Arqueólogos da A Lasca estarão em 7 municípios paranaenses: Guarapuava, Pinhão, Cruz Machado, Paula Freitas, Paulo Frotin, São Mateus do Sul e União da Vitória. Nesse período serão disponibilizados folhetos explicativos em espaços culturais e educativos vinculados à prefeitura de cada município. Esse material objetiva informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos.
Essas ações de esclarecimento integram os projetos:
- Avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico – Subgrupo IV: Linha de Transmissão 230 kV Areia – Guarapuava Oeste C1 e Seccionamento da Linha de Transmissão 230 kV Areia – Ponta Grossa Norte C1 até a Subestação Guarapuava Oeste;
- Avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico – Subgrupo V: Linha de Transmissão 230 kV União da Vitória Norte – São Mateus do Sul (C1) e Linha de Transmissão 230 kV Areia – União da Vitória Norte (C1).
Ambos projetos foram autorizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria n.º 16 de 18/03/2019.
Por que são necessários esses estudos?
Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.
Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.
Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são forma de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural das cidades.
Rio Pinhão, Paraná. Crédito: A Lasca Arqueologia, 2018.
Sítios arqueológicos na região
De acordo com o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA)/IPHAN, existem ao menos, 74 sítios arqueológicos registrados na região:
Em Pinhão:
- Sítio arqueológico Coral – Sítio com presença de material cerâmico a céu aberto, constituído por três concentrações de material arqueológico associado à tradição Itararé.
- Sítio do Depósito – Sítio com presença de material cerâmico a céu aberto associado à tradição Itararé.
- Sítios arqueológicos Arroio Feio 1 e Rio Butiazinho – Sítios com presença de material lítico (material lascado em rocha) a céu aberto, da tradição Bituruna.
- Sítios arqueológicos Arroio Feio 2 a 5, Arroio da Divisa, do Pendente, das Palmeiras, Santo Antão 1 e 2 e Barra do Rio Estreito – Sítios com presença de material cerâmico, a céu aberto, associados à tradição Itararé.
- Sítio arqueológico Córrego Passo do Aterrado – Lito-cerâmico com estruturas de combustão, associado à tradição Itararé, Fase Xagu.
- Sítios arqueológicos Visconde I e II – Sítios lito-cerâmico com muitos fragmentos de carvão, associado à tradição Itararé.
- Sítios arqueológicos Visconde III e IV – Sítios lito-cerâmico de habitação, associados à tradição Itararé.
- Sítio arqueológico Tupi I – Sítio lito-cerâmico de habitação, associado à tradição Tupiguarani.
- Sítios arqueológicos Fazenda Visconde II e III e Campo Bonito I – Sítios lito-cerâmico, da tradição Itararé.
- Sítios arqueológicos Campo Bonito II a IV e Sítio Fazenda Sobrado – Sítio com presença de material cerâmico com estruturas circulares e ovaladas de tonalidades escuras, associado à tradição Itararé.
Em Guarapuava:
- Sítio arqueológico Corredeira Grande 2 – Pré-colonial (de período antes da chegada dos portugueses), oficina lítica (lascamento de rochas por grupos humanos para o fabrico de ferramentas) associada à tradição Umbu, fase Iguaçu.
- Sítio arqueológico Ponte Nova – Pré-colonial cerâmico e lítico associado à tradição Itararé, fase Xagu.
- Sítio arqueológico Corredeira Grande 1 – Pré-colonial cerâmico associado à tradição Itararé, fase Açungui.
- Sítio arqueológico Porto Fanol – Pré-colonial lito-cerâmico associado à tradição Itararé, fase Açungui.
Em São Mateus do Sul:
- Sítios arqueológicos Nhapindazal e Serelepe – Sítios habitação/cerâmico a céu aberto associados à tradição Itararé.
- Sítios arqueológicos Cedrinho e Rio das Pedras 2 – Sítios habitação/lito-cerâmico a céu aberto associado à tradição Itararé.
- Sítios arqueológicos Rio das Pedras 1, 3 e 4, Erveiras e Sanga das Onças – Sítios habitação/lito-cerâmico a céu aberto, associados à tradição Tupiguarani.
- Sítios arqueológicos Pinheiral e Sassafrás – Estruturas subterrâneas associadas à tradição Itararé.
Em União da Vitória:
- Sítios arqueológicos Passo do Iguaçu, Bogugelski, Cruz Machado-Palmeirinha, e Kavales – Sítios líticos a céu aberto. Fase Iguaçu.
- Sítios arqueológicos Rio da Prata Cachoeiras, Ribeirão Barra Funda, Córrego União – Sítios a céu aberto, constituídos por concentração de material cerâmico.
-
Sítio arqueológico Casa de Pedra – Abrigo sob rocha contendo duas ocupações distintas.
-
Sítio arqueológico Vargem Grande – Pequeno abrigo sob rocha com petróglifos (gravuras rupestres, inscrições feitas nas rochas por grupos humanos).
-
Sítio arqueológico Elevatório de Água – Sítio cerâmico a céu aberto, associado à tradição Tupiguarani.
-
Sítio arqueológico Abrigo Bruacas – Abrigo sob rocha contendo artefatos cerâmicos e líticos.
-
Sítio arqueológico Último Pinheiro – Sítio lítico a céu aberto, associado à tradição Pré-cerâmica, fase Bituruna.
Em Cruz Machado:
- Sítio arqueológico Wur – Sítio lítico a céu aberto, constituído por uma série de montículos alongados (aterros).
- Sítio arqueológico Linha Iguaçu – Sítio lítico a céu aberto associado a depressões com diâmetros variáveis, possivelmente casas subterrâneas.
- Sítios arqueológicos Rio Palmital 1 e 2, Acampamento 2, Sofia, Bertoldo Schinitzel, Limoeiro, Linha Vitória, Linha Floresta e Encatilado – Sítios líticos a céu aberto.
- Sítio arqueológico Água do Prata – Sítio lítico a céu aberto, constituído por cinco casas subterrâneas.
- Sítios arqueológicos Várzea Grande, Acampamento 1, Cascatinha, Arroio Guarani, Ilha das Palmeiras e Palmeirinha – Sítios a céu aberto, constituídos por concentrações de material cerâmico.
- Sítio arqueológico Pontilhão – Sítio lito-cerâmico a céu aberto.
A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:
Superintendência do Iphan no Estado do Paraná
Telefone: (41) 3264-7971 / e-mail: iphan-pr@iphan.gov.br
Para saber mais:
Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial
* ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN.