[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*
Os Arqueólogos da A Lasca Arqueologia estiveram em Iranduba (AM), para realizar estudos de campo.
Paralelamente, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, será difundido, por meio dos seus canais de comunicação, o material informativo digital – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante? – para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.
Essas ações de esclarecimento e extroversão integram o projeto de Avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico na área do Sistema de Tratamento e Destinação de Resíduos – STDR Iranduba, estudos autorizados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 25, de 12/04/2021.
Por que são necessários esses estudos?
Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios, como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico, durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.
Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.
Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são formas de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.
Informações sobre a região
Na região de Iranduba, a ocupação humana pode ser dividida em dois grupos: o primeiro mais antigo, de 9.460 e 7.500 anos AP (antes do presente), que é caracterizado por caçadores-coletores, com tecnologia lítica (em pedra) refinada e que produziam pontas de projétil, entre outras ferramentas; o segundo, um pouco mais recente, 5.560 e 4.500 anos AP, por comunidades que faziam maior uso de recursos vegetais, com artefatos líticos, como quebra-cocos e outros a partir de blocos brutos.
Em relação aos grupos cerâmicos, são divididos em 4 fases: Açutuba, Manacapuru, Paredão e Guarita. As cerâmicas da Fase Açutuba possuem uma ampla variedade de formas e decorações, com pinturas em tons de vermelho e preto sobre engobo branco; a Manacapuru, com vasilhames não decoradas, sempre temperadas com cauixi; já as cerâmicas da fase Paredão costumam ser muito finas, bem acabadas e queimadas, com borda incisa e também temperada com cauixi e com apliques com cabeças antropomorfas e zoomorfas; a última fase, Guarita, da Tradição Polícroma Amazônica, apresenta como característica o engobo branco, a decoração acanalada e os vasilhames de variadas formas temperados com cariapé. As três primeiras fases compõem a Tradição Borda Incisa.
Sítios Arqueológicos
Um número significativo de pesquisas arqueológicas já foi feito em Iranduba. No Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA, banco de dados mantido e atualizado pelo IPHAN, há registro de dezenove sítios no município. Na área do Igarapé Tesla, os sítios Manoel Sarmento, Babosa de Souza, João Borges de Sena, Baranga, José Mamédio, Lourival, Cleide, Maria Menezes, Maria Borges, Francisca Borges de Sena, Maria Ferreira, Moisés e Terra Preta, compostos por fragmentos cerâmicos e associados às Fases Paredão e Guarita, em grande quantidade. Há também outros 85 sítios, com registros em bibliografia.
Galeria das fotos de campo
Para saber mais
Ouça nosso podcast: Em Campo com A Lasca Arqueologia
A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:
Superintendência do Iphan no Estado do Amazonas
Telefones: (92) 3622-3071, (92) 3234-3455
E-mail: iphan-am@iphan.gov.br
Para saber mais:
Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial
ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN