[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*
Os Arqueólogos da A Lasca Arqueologia estiveram em Dom Inocêncio (PI) para realizar os estudos de campo referentes ao Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico do Complexo Eólico Dom Inocêncio – Fase II, autorizado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 41, de 02/07/2021.
Paralelamente, em parceria com a comunidade local, foi difundido o material audiovisual – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante? – para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.
Estudos anteriores em Dom Inocêncio
Outros estudos arqueológicos já foram realizados em Dom Inocêncio:
- Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico na área de implantação Usina Fotovoltaica Lagoa do Sol II. Autorizado pelo IPHAN por meio da Portaria nº 49, de 27/07/2021.
- Programa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico na Área de Implantação do Parque Eólico OITIS 2, autorizado por meio da Portaria nº 21 de 06/04/2020;
- Programa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico na Área de Implantação do Parque Eólico OITIS 3, autorizado por meio da Portaria nº 21 de 06/04/2020.
Por que são necessários esses estudos?
Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios, como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico, durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.
Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.
Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são formas de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.
Informações sobre a região
A arqueologia da região aponta para dois períodos de ocupação: um primeiro, com grupos caçadores-coletores, da Tradição Itaparica, com produção de líticos (materiais em pedra); e da Fase Agreste, que também produziam líticos, a partir do lascamento, mas com pouca variedade de matéria prima. No segundo momento, há os grupos ceramistas, que produziam potes e mãos de pilão, em cerâmica, e se instalavam em formações sedimentares, vales largos e planícies. Esses grupos tinham costumes funerários muito elaborados, utilizavam uma ou duas covas e a cabeça era separada do corpo, sendo enterrada em pilhas de ossos, sempre coberta.
Há também os registros rupestres, de Tradição Nordeste, com pinturas de animais, objetos, plantas e seres humanos em seus costumes: danças, manifestações culturais e caçadas, a qual se divide em dois estilos: o Serra da Capivara, identificado por figuras em movimento, simples, precisas e com traços básicos; e o Serra Branca, com figuras maiores de corpo geométrico, bem ornamentadas. A subtradição Várzea Grande, semelhante às anteriores, mas, dividida geograficamente, é muito encontrada na região, identificada por pinturas com contorno aberto. Há também a Tradição São Francisco, com desenhos geométricos em vermelho, preto e amarelo; e a Agreste, com figuras estáticas de seres humanos, com raras representações de animais.
Sítios Arqueológicos
Um número significativo de pesquisas arqueológicas já foi feito em Dom Inocêncio. O Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA, banco de dados mantido e atualizado pelo IPHAN, tem registro de dois sítios no município: Toca do Riacho da Gameleirinha e Cachoeira do Riacho Santana, que seriam abrigos em rocha, com manifestações rupestres.
Há, também, outros 20 sítios registrados na região, como, por exemplo: o sítio lítico Fazenda Salina 1 e o sítio histórico, com bases construtivas e cerâmicas da Fazenda Cansanção.
Galeria das fotos de campo
- Complexo Eólico Dom Inocêncio – Fase II






Para saber mais
Assista nosso vídeo: Em campo com A Lasca Arqueologia – LAGOA DO SOL 2
Ouça nosso podcast: Em Campo com A Lasca Arqueologia
E veja nosso material audiovisual:
Acesse mais informações sobre a pesquisa desenvolvida pelo projeto Usina Fotovoltaica Lagoa do Sol II e seus resultados na aba Projetos deste blog.
A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:
Superintendência do Iphan no Estado do Piauí
Telefones: (86) 3221-1404
Para saber mais:
Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN