[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*
Os Arqueólogos da A Lasca Arqueologia estiveram em São José de Mipibu (RN), para realizar estudos de campo.
Paralelamente, em parceria com aparelhos culturais e educativos será difundidos, por meio dos seus canais de comunicação, o folheto explicativo digital – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante? – para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.
Essas ações de esclarecimento e extroversão integram o projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico do LOG Natal, estudos autorizados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 48, de 16/08/2021.
Por que são necessários esses estudos?
Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios, como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico, durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.
Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.
Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são formas de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.
Informações sobre a região
A área do estudo faz parte do Leste Potiguar, que tem como principais reservatórios de água: a Lagoa do Pium, Lagoa do Jiqui e Lagoa Passagem dos Cavalos. A ocupação nessa região é bem antiga, com registros de sítios de quase 10.000 AP (antes do presente). Em relação aos grupos caçadores-coletores, há a Tradição Potiguar, com projéteis em lítico (em pedra), uniformemente lavrados e com grande precisão. Os achados líticos na região apresentam uma grande variedade, tanto no litoral quanto no interior, mas não há denominação de tradição arqueológica específica. Os povos horticultores-ceramistas, de ocupação um pouco mais recente, são divididos em dois períodos: Curimataú e Papeba. O primeiro, de Tradição Tupiguarani, apresenta cerâmicas em formas e tamanhos variados, com decoração e pintura; e o segundo, inicialmente, associado à Tradição Aratu e, posteriormente, aos grupos indígenas Tarairiu de Janduí, com cerâmicas de tamanhos variados, de paredes grossas, com pequenas saliências perfuradas em suas paredes externas.
Em relação às pinturas rupestres, há a Tradição Agreste, com figuras grandes e geométricas isoladas, sem cenas; e a Tradição Nordeste, com pinturas pequenas de traços finos e, geralmente, vermelhos, com presença de cenas e representações de animais e seres humanos.
Bens culturais
Bens culturais são elementos representativos da história e da cultura de um lugar e que são importantes para o grupo de pessoas que ali vivem. O site do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) apresenta algumas informações sobre o Patrimônio Material do estado.
Sítios Arqueológicos
Algumas pesquisas arqueológicas já foram realizadas em São José de Mipibu. No Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA, banco de dados mantido e atualizado pelo IPHAN, há registro de 2 sítios no município. São eles:
- Sítio Engenho Lagoa do Fumo – KM 160: uma unidade de produção colonial, composto por casa-grande, capela e ruína da fábrica
- Sítio Arqueológico Mipibu – KM 168-169: com cerâmica indígena e lascas de lítico.
Galeria das fotos de campo
- LOG Natal
Para saber mais
Ouça nosso podcast: Em Campo com A Lasca Arqueologia
A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:
Superintendência do Iphan no Estado do Rio Grande do Norte
Telefones: (84) 3211.3820, 3201.0486, 3221.3294 e 3211.6166
E-mail: iphan-rn@iphan.gov.br
Para saber mais:
Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN