Estudos Arqueológicos em Rio Claro e Ipeúna

[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*

Os Arqueólogos da A Lasca estiveram nos municípios de Rio Claro e Ipeúna (SP) para realizar estudos de campo.

Paralelamente, em parceria com instituições educativas e culturais será difundido, por meio dos seus canais de comunicação, o material informativo digital – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante?– para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.

Essas ações de esclarecimento e extroversão integram o projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio da Mineração Ruy R da Rocha Produtos Cerâmicos Ltda, autorizado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 09, de 21/02/2022.

Por que são necessários esses estudos?

Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.

Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.

Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são forma de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.

Informações sobre a região

A área do município de Rio Claro está situada na bacia hidrográfica do médio Tietê e é considerada uma região muito importante do ponto de vista arqueológico. Alguns pesquisadores definiram uma cronologia que considera três períodos de ocupações: um primeiro de 5.000 a 3.000 AP (antes do presente), com vestígios líticos (em pedra); um segundo de 3.000 a 1.000 AP, apresentando artefatos polidos; e o último, a partir de 1.000 AP, considerado período de colonização europeia. Em relação às Tradições Arqueológicas pré-cerâmicas é possível identificar, a partir da tecnologia utilizada na produção das peças, duas distintas: a Rio Claro, com uma produção que transformava o material base a partir do lascamento e espatifamento; e a Ipeúna, caracterizada por buscar maior aproveitamento das formas da matéria prima. Já em relação aos grupos cerâmicos, há aqueles pertencentes à Tradição Tupiguarani, com produção de cerâmicas de base arredondada pintadas em preto e vermelho sobre engobo branco; e Itararé, com vasilhames pequenos, em coloração escura, com paredes finas e bem alisadas. Na região, há também os sítios históricos, que remetem a uma ocupação datada entre os séculos XVIII e XX.

Já a região do município de Ipeúna é estratégica para o estudo arqueológico, pois se situa na bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o que a tornava muito atrativa para o estabelecimento de grupos humanos. Ocuparam a região sul e sudeste do Brasil povos caçadores-coletores da Tradição Umbu, com excelente habilidade na produção de pontas de projéteis (flechas) com líticos (em pedras) cuidadosamente retocados; e Humaitá, caracterizados por suas “lesmas”, artefatos produzidos sobre blocos ou seixos. Há indícios de grupos horticultores-ceramistas, mais recentes, da Tradição Tupiguarani, com suas urnas funerárias e vasilhames, com bases arredondadas e pinturas em preto e vermelho sobre engobo branco; e Itararé, caracterizados pela produção de cerâmicas pequenas, escuras e com paredes finas.

Sítios Arqueológicos

O Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA e o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão – SICG, bancos de dados do IPHAN, possuem, justos, registro de 73 sítios no município de Rio Claro e 16 em Ipeúna. Alguns deles: o sítio lítico Pitanga, com material lascado e polido; o sítio lito-cerâmico Camaquã; o sítio lítico Santo Antônio, com pontas de projétil; e o sítio histórico-industrial, constituído por um conjunto arquitetônico de cinco prédios, Prédio do antigo Curtume da família Timoni em Rio Claro e os sítios líticos Quilombo, Porteira Alta e Laboratório, o sítio Abrigo da Glória e o sítio lito cerâmico Carvalho, composto por pontas de projétil em Ipeúna.

Galeria das fotos de campo

  • Mineração Ruy R da Rocha Produtos Cerâmicos Ltda,

A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:

Superintendência do IPHAN no Estado de São Paulo

Telefones: (11) 3826-0744 / 3826-0905 / 3826-0913

Para saber mais:

Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial

ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN.

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