Estudos Arqueológicos em Paraopeba e Caetanópolis

[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*

Arqueólogos da A Lasca Arqueologia estiveram em Paraopeba e Caetanópolis (MG), para realizar os estudos arqueológicos referentes ao projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico do RAB – Reservatório de Água Bruta Paraopeba – Caetanópolis, autorizado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 55, de 19q09/2022.

Paralelamente, em parceria com a instituições de cultura e educação locais, será difundido, por meio dos seus canais de comunicação, o material informativo digital – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante? – para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.

Por que são necessários esses estudos?

Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios, como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico, durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.

Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.

Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são formas de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.

Informações sobre a região 

Há décadas, pesquisas em Minas Gerais têm identificado vestígios de diferentes povos, alguns com milhares de anos. Foi em Lagoa Santa (hoje Parque Estadual do Sumidouro) que ocorreu o trabalho do dinamarquês Peter W. Lund, na primeira metade do século XIX, que localizou a presença de povos pré-históricos. No município de Pedro Leopoldo – MG, em 1975, que a arqueóloga francesa Annete Laming Emperaire encontrou o crânio humano mais antigo das Américas, com aproximadamente 11.500 anos A.P. (antes do presente), batizado de Luzia. Entre 1960 e 1970, os estudos do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA, pelo arqueólogo Ondemar Dias, evidenciaram um grande número de sítios arqueológicos. Grutas e lapas, com sinais da presença humana, vêm sendo descobertas, com datações que chegam a 12 mil anos A.P.

Os estudos arqueológicos associam os achados líticos (ferramentas em pedra) aos caçadores-coletores da Tradição Itaparica. Já os fragmentos de cerâmica de grupos horticultores-ceramistas são relacionados às Tradições: Una, com cacos não decorados de paredes finas, heterogêneas; Tupiguarani, com cerâmicas de base arredondada, pintadas em preto e vermelho sobre engobo branco; e Sapucaí, com a produção de grandes vasilhas, para armazenamento de água e sepultamento de mortos, e médios recipientes culinários, sem decoração e com perfurações na borda. O grafismo rupestre existente na região é dividido em quatro Tradições: Planalto, marcada por figuras de animais, principalmente cervídeos e peixes, nas cores vermelho branco, amarelo e preto; São Francisco, com figuras de animais e seres humanos estilizados, com domínio de representações geométricas e estáticas (sem cenas e com apenas duas cores nas pinturas); Nordeste, pinturas de animais e humanos, em vermelho, com a existência de cenas de caças e animais; e Geométrica, com representações exclusivamente geométricas em mais de uma cor.

Sítios Arqueológicos

Algumas pesquisas arqueológicas já foram realizadas nos municípios. Entretanto, o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA e o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão – SICG, bancos de dados do IPHAN, ainda não apresentam registros de sítios arqueológicos em Paraopeba. Já em Caetanópolis, há o sítio Casa de Iris, composto por uma casa com paredes de adobe, estrutura de madeira maciça e cobertura de telha.

Galeria das fotos de campo


A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:

Superintendência do Iphan no Estado de Minas Gerais

Telefones: (31) 3222-2440

E-mail: gabinete.mg@iphan.gov.br

Para saber mais:

Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial

ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN

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