[ATIVIDADE DE ESCLARECIMENTO]*
Os Arqueólogos da A Lasca Arqueologia estiveram em Presidente Juscelino (MG), para realizar estudos de campo.
Paralelamente, em parceria com aparelhos educativos e culturais, será difundido, por meio dos seus canais de comunicação, o material informativo digital – Por que o Patrimônio Cultural é tão importante? – para informar à população local sobre a necessidade de estudos arqueológicos para o licenciamento ambiental de empreendimentos modificadores do meio ambiente.
Essas ações de esclarecimento e extroversão integram o projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico Central Geradora Fotovoltaica Presidente JK, estudos autorizados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, órgão do Governo Federal responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, por meio da Portaria nº 24, de 16/05/2022.
Estudos anteriores em Presidente Juscelino
Outros estudos também já foram realizados em Presidente Juscelino:
- Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico Central Geradora Fotovoltaica Presidente JK. Autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN por meio da Portaria nº 24, de 16/05/2022.
Por que são necessários esses estudos?
Sítios arqueológicos são bens da União e são protegidos por legislação federal, Lei n. 3.924/61, sendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan o órgão responsável pela proteção desses sítios. A legislação objetiva a proteção desses bens e exige estudos prévios, como forma de garantir a redução dos impactos ao patrimônio arqueológico, durante a implantação de atividades e empreendimento potencialmente modificadoras do meio ambiente.
Para que se possa ter sucesso na proteção dos bens culturais, sejam os arqueológicos ou quaisquer outros, é importante o entendimento de que todos nós somos responsáveis por cuidar desses bens para que as gerações futuras possam conhecê-los.
Esta ação busca estimular as percepções e envolver os moradores com seu patrimônio, desenvolvendo, ou ainda, exercitando noções de pertencimento, de identidade e alteridade. Estas atividades são formas de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade, visando à valorização, ressignificação e proteção do patrimônio arqueológico e cultural da cidade.
Informações sobre a região
Há décadas, pesquisas em Minas Gerais têm identificado vestígios de diferentes povos, alguns com milhares de anos. Foi em Lagoa Santa (hoje Parque Estadual do Sumidouro) que ocorreu o trabalho do dinamarquês Peter W. Lund, na primeira metade do século XIX, que localizou a presença de povos pré-históricos. No município de Pedro Leopoldo – MG, em 1975, que a arqueóloga francesa Annete Laming Emperaire encontrou o crânio humano mais antigo das Américas, com aproximadamente 11.500 anos A.P. (antes do presente), batizado de Luzia. Entre 1960 e 1970, os estudos do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA, pelo arqueólogo Ondemar Dias, evidenciaram um grande número de sítios arqueológicos. Grutas e lapas, com sinais da presença humana, vêm sendo descobertas, com datações que chegam a 12 mil anos A.P.
Os estudos arqueológicos associam os achados líticos (ferramentas em pedra) aos caçadores-coletores da Tradição Itaparica. Já os fragmentos de cerâmica de grupos horticultores-ceramistas são relacionados às Tradições: Una, com cacos não decorados de paredes finas, heterogêneas; Tupiguarani, com cerâmicas de base arredondada, pintadas em preto e vermelho sobre engobo branco; e Sapucaí, com a produção de grandes vasilhas, para armazenamento de água e sepultamento de mortos, e médios recipientes culinários, sem decoração e com perfurações na borda. O grafismo rupestre existente na região é dividido em quatro Tradições: Planalto, marcada por figuras de animais, principalmente cervídeos e peixes, nas cores vermelho branco, amarelo e preto; São Francisco, com figuras de animais e seres humanos estilizados, com domínio de representações geométricas e estáticas (sem cenas e com apenas duas cores nas pinturas); Nordeste, pinturas de animais e humanos, em vermelho, com a existência de cenas de caças e animais; e Geométrica, com representações exclusivamente geométricas em mais de uma cor.
Sítios Arqueológicos
Algumas pesquisas arqueológicas já foram feitas no município. No Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA e no Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão – SICG, bancos de dados do IPHAN, há registro de quatro sítios arqueológicos em Presidente Juscelino: o Sítio Rio das Velhas 01, cerâmico; o Coroado I e II, com registros rupestres; e o multicomponencial Sítio Rio das Velhas 02, composto por artefatos líticos; cerâmica pré-colonial e residência antiga com material construtivo. Há também o sítio cerâmico Soapara.
Galeria das fotos de campo
- Central Geradora Fotovoltaica Presidente JK;
- Central Geradora Fotovoltaica Presidente JK;
A quem comunicar caso encontre vestígios arqueológicos na cidade:
Superintendência do Iphan no Estado de Minas Gerais
Telefone: (31) 3222-2440
E-mail: iphan-mg@Iphan.gov.br
Para saber mais:
Centro Nacional de Arqueologia – Licenciamento Ambiental – Educação Patrimonial ESTE TEXTO FAZ PARTE DO CONJUNTO DE PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA A LASCA ARQUEOLOGIA PARA ESCLARECIMENTO À COMUNIDADE LOCAL, EM ATENDIMENTO À INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 1/2015 E PORTARIA N. 137/2016 DO IPHAN